Plano Nacional de Leitura
Literatura – 15-18 anos – maiores de 18 anos
José Costa é um ghost-writer de talento fora do comum. Ao serviço da Agência Cultural Cunha & Costa, escreve a pedido e sempre anónimo: cartas, artigos, discursos ou livros para terceiros. Ao terminar uma biografia romanceada encomendada por um bizarro executivo alemão, vê-se perante um dilema criativo, seduzido pelo desafio de escrever por fim “alta literatura”.
No regresso de um congresso de escritores anónimos, Costa vê-se obrigado a fazer escala em Budapeste, cidade que imagina cinzenta e encontra amarela, e que o enfeitiça com o seu idioma. Essa paragem imprevista vai colocá-lo num impasse existencial, emparedado entre duas vidas, pidido entre duas cidades, duas línguas, dois livros, duas mulheres.
Combinando profundidade e sentido de humor, o terceiro romance de Chico Buarque ganhou o Prémio Jabuti em 2003 e o IV Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, em 2005.
Os elogios da crítica:
«Talvez o mais belo dos três livros da maturidade de Chico, Budapeste é um labirinto de espelhos que afinal se resolve, não na trama, mas nas palavras, como os poemas.» — Caetano Veloso, O Globo
«Chico Buarque ousou muito, escreveu cruzando um abismo sobre um arame e chegou ao outro lado. Ao lado onde se encontram os trabalhos executados com mestria, a da linguagem, a da construção narrativa, a do simples fazer. Não creio enganar-me dizendo que algo novo aconteceu no Brasil com este livro.» — José Saramago, Folha de S.Paulo
«O livro de Chico é uma vertigem. Você é sugado pela primeira linha e levado ao estilo falso-leve, a prosa depurada e a construção engenhosa até sair no fim lamentando que não haja mais, assombrado pelo sortilégio deste mestre de juntar palavras. Literalmente assombrado.» — Luis Fernando Verísssimo, O Globo
«Tecnicamente, Budapeste é um romance do duplo, tema clássico na literatura ocidental desde que a identidade do sujeito tornou-se problema e enigma. A questão desfila nas narrativas do século XIX, através dos motivos da sombra, do sósia, da máscara, do espelho, e evolui para a indagação dessa esfinge impenetrável e desencantada que é a própria pessoa como persona e ninguém.» — José Miguel Wisnik
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