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Maria Francisca Macedo: «Acho muito importante desconfiar das certezas absolutas»

Publicado a 07/10/2024, na categoria: Booksmile, Destaque, Entrevistas

Acaba de chegar às livrarias o vol. 21 da coleção nacional O Clube dos Cientistas, de Maria Francisca Macedo. Com o crescente entusiasmo e adesão dos leitores e das escolas em torno desta coleção que promove a ciência, a leitura, a interdisciplinaridade e a partilha de experiências, falámos com a autora para saber mais sobre o que a motiva e inspira.

 

A Casa do Capitão é já o 21.º título da coleção O Clube dos Cientistas. O que torna esta coleção especial e única?
O Clube os Cientistas é uma coleção de mistérios e aventuras com um pequeno twist: os mistérios são resolvidos com truques de ciência reais! No final de cada livro, o leitor encontra 5 ou 6 experiências para fazer (as que foram usadas durante a aventura) e pode também ele resolver os seus próprios mistérios. Esta mistura entre leitura e experimentação, entre realidade e ficção entusiasmaram os leitores. Creio que foi este o ingrediente principal para que se tornasse uma coleção tão acarinhada. E depois, claro, o Chico, o Carlos e a Catarina são as personagens principais, cada uma com características que ajudam o leitor a identificar-se. Cada leitor costuma ter a sua personagem favorita, mas apesar das diferenças elas são todas divertidas e sempre prontas para a ação.

 

Como é que se mantém o interesse a cada novo livro e de onde vêm as temáticas e cenários diferentes?
Lançando perguntas e indo atrás delas. Acho muito importante desconfiar das certezas absolutas e adoro começar cada novo livro com pontos de interrogação. Os cenários, mistérios e temáticas surgem num equilíbrio estratégico entre inspiração e investigação.
Quanto ao interesse, é telepatia entre o escritor e o leitor: escrevo cada nova aventura com tanto entusiasmo que acho que passa para as páginas. Adoro procurar novas temáticas, investigar, testar as experiências e imaginar as aventuras. Acho que isso passa para o papel e também os leitores se deixam contagiar. A aventura passa a ser partilhada entre todos: o escritor, o leitor e as personagens!

 

Esta coleção tem tido um grande sucesso junto do público escolar. Como tem sido esse percurso?
Uma montanha russa! Divertido, emocionante e sempre em movimento. Vou a escolas sempre que consigo aceitar os seus convites e não há nada que mais me entusiasme que uma turma já conhecer os livros e as personagens. A coleção é tanto dos leitores que alguns volumes nasceram em escolas: como o Fora de jogo (livro 14) e o Ataque Pré histórico (livro 13), por exemplo, que surgiram de desafios muito específicos de leitores apaixonados: queriam um livro sobre futebol, noutra escola sonhavam com um sobre dinossauros. E assim foi!

 

O Campeonato de Ciência e Escrita Criativa, em particular, já na 5.ª edição, tem impulsionado a coleção junto dos professores. Como tem sido esta experiência?
É extraordinário ver, ano após ano, centenas de jovens a usar as personagens e os cenários do Clube dos Cientistas para explorar a escrita e a experimentação. Sinto-me imensamente grata pelos professores que aceitam o desafio e pela equipa da Penguin que trabalha ano após ano, incansavelmente, para que o campeonato continue a lançar novos desafios e a dar prémios incríveis!

 

Neste novo livro há uma nova rubrica STEAM no final. O que quer dizer a sigla STEAM e qual o interesse deste tipo de atividades para os miúdos?
As experiências nunca são só sobre ciência, na verdade. Mas com a rubrica STEAM tornamos oficial que aquele projeto tem muito mais do que ciência: tem tecnologia, engenharia, matemática e até arte! Porque o processo criativo e o pensamento crítico funcionam ainda melhor de mãos dadas. E claro, lança ainda mais perguntas. Acho que isso é o mais interessante para os miúdos: a capacidade perseguir ainda mais perguntas.

 

Estimular a leitura e o gosto pela ciência e divertir os leitores. Há mais algum objetivo pessoal para esta coleção?
Boa pergunta! Já disse que gosto de perguntas?
Ficaria aqui uma tarde inteira para detalhar essa resposta 😊 Vamos à versão resumida: há imensos objetivos por detrás da escrita de cada volume da coleção, todos eles entrançados de forma subtil.
Um livro de aventuras quer-se divertido, entusiasmante. O Clube dos Cientistas não é um manual de estudo, e por isso as personagens também cometem erros. Nem tudo é certo, nem sempre se sabe logo o caminho. E não tem mal. Mas existem alguns valores universais que considero essenciais e que estão presentes: a importância da família e dos amigos, o valor da comunicação aberta e da confiança, o pensamento ecológico e o ativismo são alguns deles.
Os nossos jovens querem mover-se juntos, em frente, pelas coisas certas. Também as personagens do Clube dos Cientistas seguem esse caminho.

 

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