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Memórias aparições arritmias

O primeiro livro de poesia de Yara Nakahanda Monteiro tem passado e futuro, memórias e sonhos.

«Eis uma nova voz que importa descobrir - e que veio para ficar.»

José Eduardo Agualusa

Também disponível em EBOOK nas seguintes lojas:

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Caraterísticas

ISBN 9789897843891

Data de publicação Outubro de 2021

Páginas 88

Apresentação capa dura

Dimensões 145x230mm

Idade recomendada Adultos

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Plano Nacional de Leitura

Poesia – Maiores de 18 anos

«Trineta da escravatura, bisneta da mestiçagem, neta da independência e filha da diáspora», Yara Nakahanda Monteiro (Huambo, 1979) estreia-se na poesia com um registo íntimo, tateando nas palavras a essência da condição feminina, da natureza, da identidade e da pertença, das memórias e dos sonhos.

Tranço o cabelo

dizem

quero parecer mais preta

Faço brushing

dizem

quero parecer mais branca

Na frente quente vinda do hemisfério sul

os caracóis secam desordenados

perguntam quero parecer de onde?

“Eu sou de onde estou.”

Os seus poemas transportam-nos para outros tempos e espaços: o da infância e adolescência na periferia de Lisboa; o das histórias da vida em Angola, contadas pela avó. Neles brotam desassossegos rabiscados em cadernos, esboçam-se trilhos imaginados a partir das grandes questões que definem quem somos.

A meio caminho, corre a vida de todos os dias e surge uma voz literária envolvente, encantatória, impossível de ignorar.

Qualquer ressonância com a realidade é poesia.

Sobre Memórias Aparições Arritmias:

«Herdeira de uma tradição lírica (oral e erudita) que não renega, Yara Nakahanda Monteiro traz para a poesia angolana os grandes temas de um presente em convulsão. Eis uma nova voz que importa descobrir – e que veio para ficar.»

José Eduardo Agualusa

«A mão delicada tece as veias da vida como linhas de bordar e palavras na boca das mais velhas. Há meninas assim: ficam sentadas na esquina dos dias só para amansar os ventos, cuidar das chuvas e rodar as flores no sentido do sol. Esperam. A cidade cede a mil noites de calor e insetos sem o sono da fartura nem a quietude dos pássaros. As mulheres preparam o milho do dia seguinte e calam a água e as sementes do riso. Não dormem. Esperam. Entre grito e silêncio, a voz das mulheres gravada na memória da cidade e há tanto tempo esquecida surge assim nestas aparições. Yara Monteiro juntou, deu a volta e escreveu. Nada do que aqui está é simples. Tudo tem corpo e vida e está purificado pelo fogo.»
Ana Paula Tavares


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